Sangue nas veias corre como raiva,
a raiva que se lança pelas bocas,
bocas de fogo vomitando balas,
balas que embalam morte à queima-roupa;
sangue nos olhos cegos pela fúria,
a fúria que dispara a metralha,
a dor, a morte no atacado, pura,
a pura ira a granel, granada
nas mãos que dão banho de sangue, bomba
em grãos de raiva estilhaçada. Tromba
d´água salgada em nossos olhos, pranto,
pranto que lava agora nosso chão,
o nosso chão que era de estrelas, quando
luar é que invadia o barracão.
