Gypsy, nova série da Netflix tem 10 episódios de uma hora cada. A protagonista, Jean Halloways, interpretada por Naomi Watts, tem tudo para ser feliz: terapeuta de Manhattan, casada com um belo homem com quem tem uma filhinha maravilhosa. No entanto, Jean tem em sua mente ideias que contradizem totalmente a ética de uma terapeuta: vivenciar e perseguir seus pacientes, entrando suas vidas, literalmente, sem que eles saibam, claro. Nesse exercício maluco ela acaba se envolvendo emocionalmente com a história de um de seus pacientes. A partir daí, sua vida ganha contornos paranóicos em que mistura-se fantasia e realidade, criando um mundo a parte, nada parecido com o que vive com o marido, a filha e seus companheiros de trabalho.
As Horas
Win Wenders em “Os Belos dias de Aranjuez”: encontro com o teatro no jardim do Éden
Win Wenders nos leva ao jardim suspenso para falar de amor, sexo e memórias.
Em “Os Belos dias de Aranjuez”, Wenders coloca um casal numa única cena em um lindo jardim suspenso numa colina com Paris ao fundo. Num jogo de perguntas e respostas com diálogos verborrágicos, o casal filosofa ao descrever situações de amor, sexo, infância e outras tantas coisas… Memórias de um homem e de uma mulher num texto teatral… coisas de Alain Resnais resgatada por Win. A surpresa, Nick Cave ao piano. Um Jardim do Éden com direito a maça
Ser professora de fotografia de artistas visuais é uma experiência indescritível. Criativos, pesquisadores de materiais plásticos, sonoros, táteis, visuais, eles se lançam num mergulho, sem medo, em águas profundas. A entrega é imediata, a cada nova asa, obturador e diafragma, a ideia, a luz, uma cor ou um devaneio.. uma objetiva normal, grande angular, um novo olhar. Nada é técnica sem antes ser sentir, ser estar, ser lugar, ser instâncias, (sub) instância.
O processo criativo nos fez aportar em lugares compatíveis com nossa metrópole, São Paulo, para exercermos o direito da ocupação fotográfica. Buscas na Avenida Paulista e na Bienal Internacional de Artes de São Paulo, nos colocou diante do outro, e nós, firmes no propósito de estar e ocupar a (sub) instância daquilo que era apenas lugar. No estúdio fotográfico, fomos ao encontro do retrato compartilhado, em que fotógrafo e fotografado são autores na mesma foto.
Longo processo criativo que ganhou novas configurações a medida que crescia em cooperação e descobertas. Parte do processo pode ser visualizado em: #visuais006 do Instagram.
A Coluna AS HORAS, retoma, após nosso recesso, com um texto da aluna Dalila Borba do 6º semestres de Artes Visuais, sobre a exposição que aconteceu no Espaço Cultural “Prof. Luiz Rogério Telles Scaglione”, da Faculdade Paulista de Artes, no final de 2016.
Da exposição “Lugares: instâncias (sub) instância”
Texto de Dalila Borba
Uma instância é uma imagem que reserva um lugar no espaço, como reflexo de um original. A ideia de ocupar espaços abre diversos caminhos entre o consumo da cidade, da imagem, dos sonhos e dos anseios. Diversos são os lugares que desejamos ocupar, mas as instâncias são aquelas que se nutrem das características de uma substância e se modificam de acordo com o lugar.
Aqui os lugares se consolidam pelo seres presentes. Substâncias que modificam suas características, e levam a outros lugares as novas instâncias atribuindo valores aos espaços ocupados. Quais as possibilidades de uma substância em um lugar? A resposta está em quantos lugares nossas instâncias são capazes de ocupar.
Instáveis, como artistas, buscamos na nova linguagem as semelhanças e segurança que, até então, estavam no controle das nossas mãos. A fotografia se revelou ferramenta tão fluída quanto os pincéis, tintas, argilas e esmaltes. A intimidade permitiu que nossa substância permanecesse intocada, enquanto os retratos nos colocaram como instâncias vivas em cada cenário e cada nova experiência da linguagem que abusa da luz para mostrar cada parte que era importante naqueles momentos e naqueles lugares.
Mais do que retratos, a exposição Lugares: Instâncias [Sub] Instância imprimiu as novas possibilidades visuais, novos olhares sobre quem podemos ou queremos mostrar. Mas, como toda nova experiência proporciona transformações e reflexões, esses lugares não foram revelados apenas em papel. O brilho de cada espaço se tornou, também, luz nos túneis que pareciam sem fim para as expectativas, e alterou além do mostrar: modificou o ser.
Dessa experiência saímos artistas com uma peça a mais. Nos tornamos substâncias capazes de tornar concreto os abstratos dos sentimentos e das necessidades de nos multiplicar e expandir nossas percepções. E instâncias que cedem as instabilidades da certeza para ser plural nas formas, cores e agora, também, na luz que abriu caminho e revelou possibilidades.

Aluna de Visuais da FPA e expositora .
Dalila Borba é designer e ilustradora. Saiu da sua segurança dos desenhos para se aventurar na fotografia. Estabeleceu que romper limites é seu desafio, e gosta de se arriscar.
Momentos da exposição

O encontro na Bienal: Incerteza Viva O encontro na rua.

Parque Trianon – Bienal.

Trechos de Retratos dos Artistas .

Paulista Trianon

Retratos dos Artistas.

Performance de abertura.

Exposição.